olhem que eu hoje estou aqui para vos apresentar a Borradela que me vai acompanhar nas próximas postagens assim a veneta lhe permita
Pedirem-me a mim que escreva umas breves vinte linhas sobre as eleições mostra ser, nos tempos que correm, uma distracção absoluta. Mas as amizades não têm de ser atentas a todas as horas do dia, tal como os políticos não têm de ser honestos a hora nenhuma.
Isto tudo, porque nesta fase do campeonato, me encontro numa encruzilhada de difícil safanço. Eu, que sempre me considerei uma pessoa com ideias que estavam mais próximas da democracia, tremo só de me reconhecer duvidosa nas virtudes desse sistema político à beira de sucumbir ao neo-liberalismo.
Para mais, numa altura em que os políticos se demitem e os que procuram os focos mediáticos dos papéis ainda reservados ao poder políticos não passam de mediocratas (a nota medíocre para alguns é uma benesse de professor velho) à procura de protagonismo para saltar para uma qualquer cadeira que lhe dê dinheiro (o poder vem por acréscimo, o poder agora compra-se, ainda não repararam?) querem que eu acredite em quê?
Pouco há para ver, neste país de invisíveis qualidades. Repenso no custo de uma democracia e nos seus talentos. Lembro as frases das mães orientadas que diziam às filhas do princípio do século: O vestido é lindo, mas não o vais usar mais de uma vez. É muito dinheiro para nada. E as noivas lá iam para o altar de saia e casaco cinzento que, se Deus quisesse, as acompanhava até à mortalha.
Pois bem, a democracia é também um sistema demasiado oneroso para o povo que a paga se afinal só ao de leve e de raspão serve esse mesmo povo.
Eu avisei que as linhocas não seriam lindas e radiosas.... Eu avisei... A quem me perguntar o que eu defendo, só posso responder: nestes tempos de corrida eu parei para reflectir e assistir consciente ao fim de um tempo de ilusões. O que virá a seguir não sei, só sei que está na mão de todos dar um contribuição para que não caiamos no mais fácil, mais óbvio e mais cómodo: uma qualquer ditadura que nos prometa o apaziguar das consciências... A propósito (ou talvez não): já leram Agostinho da Silva?
Postado por: Borradela