manchinha

Maio 26 2013

não é afunilada nem uma luz ao fundo do túnel pura e simplesmente porque não há funil nem túnel aqui é tudo às claras e por isso muito mais difícil de vez tanta sinceridade honestidade cega estão a ver como é fácil fazer sempre a escolha errada e a seguir continua tudo na mesma nem sei se vale a pena continuar mas mesmo assim vou dizer-vos que o que realmente se torna apetecível é um daqueles bolos de creme cheio de chantilly rosa adocicado e a desfazer-se na boca como manteiga em focinho de cão ou cadela conforme o caso ainda hoje vim uma lindíssima abandonada e mesmo assim não a apanhei da rua era óptimo ter com quem partilhar desinteressadamente o chantilly rosa se fosse com outra pessoa vinha logo a história do interesse sexual e essas coisas de que nos lembramos sempre que consideramos alguma coisa ou alguém desonesto se bem que esta noite está a terminar e vou ficar por aqui enquanto o gosto do chantilly rosa ainda me enche a boca


Abril 24 2012

olhamos

olhamos todos como se fosse a última coisa das nossas vidas como se não houvesse amanhã e se calhar não há não há diferença entre hoje e amanhã ou ontem perdemos demasiado tempo a pensar se passou se está para vir e não interessa nada porque é agora que importa que temos de olhar todos na mesma direcção como se não houvesse mais nada nenhum amanhã numa direcção qualquer que pode ser a da luz ou a da escuridão se bem que seja melhor ter uma velinha acesa do que andar às cegas está visto ainda hoje pensei nisso eu que andei às cegas tanto tempo e agora acho que vejo um bocadinho uma luz ao fundo do túnel é melhor do que nada porque de nada já estou farta

publicado por manchinha às 19:24

Janeiro 26 2012

Truth or Consequences Town, US (photo legendsofamerica.com)

a verdade é uma coisa complexa com essa estranhíssima característica de assumir para cada um uma cara diferente ao mesmo tempo que continuamos todos a insistir numa verdade universal e poucas vezes atingível graças à mais que bem-vinda diversidade de tudo e mais alguma coisa mesmo assim há quem preze muito a sua verdade em detrimento da dos outros o que não deixa de ser revelador e curioso quanto à verdade posta nesses termos mas convenhamos que há também termos para todos os gostos ou seja quem criou este mundo deixou tantas mais opções em aberto quantas mais cabeças pensantes ou nem por isso existam por aí numa estratégia deliberada de baralhar e voltar a dar e não sei se este tipo de raciocínio agradaria a criacionistas ou a evolucionistas de qualquer sector na medida em que há insatisfeitos para tudo mas eu cá sou pela liberdade de escolha e desde que a coisa não me contrarie a mim pode florescer da forma que melhor lhe apetecer que eu cá não meto prego nessa estopa


Janeiro 25 2012

nem me passaria pela cabeça diria eu mesmo após já ter pensado no assunto e assim incorrer na maior das mentiras com a maior falta de juízo possível a verdade é que já me passou imensa coisa pela cabeça de que poderia dizer que não me passaria pela dita e tenho pena destes lapsos que ocorrem insistentemente no nosso discurso e na nossa vida em momentos em que ainda não racionalizámos o óbvio será que óbvio agora se escreve óvio nunca se sabe com o novo acordo ortográfico e coisas como o egito e os egicios e outras que tais de que ninguém com certeza se lembrou quando se sentaram todos à mesa para dividir a gramática em porções emendáveis para agrado de toda a gente que afinal desagrada também a imensa gente não há mal que sempre dure um dia habituamo-nos e até eu que gosto de tomar o pequeno-almoço e passar um bom fim-de-semana terei de me contentar com o tal almoço de menores dimensões agora que o dividiram em pequeno e em almoço assim como farei um fim de semana algures por qualquer sítio sem reflectir ou refletir no termo menorizado pela falta de hífens e transformado assim numa espécie de república de leste desmantelada em várias nações sempre à beira de um qualquer colapso mas de facto não sei que mal farão so hífens nas palavras a não ser o aborrecimento de quem não sabe escrever ter de aprender a faze-lo a determinada altura do campeonato com estas coisas nunca se sabe que trabalho ou dores de cabeça vamos dar aos outros ocupados como estamos a tratar tudo dentro do nosso restrito universo até à próxima confrontação com o alheio uma coisa já decidi entretanto se tenho de partir o meu fim-de-semana em três palavrinhas vou tentar atribuir a cada uma delas a parte temporal que por direito lhe caberia assim como começar pelo fim com breve paragem para um frugal almoço correspondente ao breve artigo e passando então uma semana em beleza era coisa de encantar até a mais feroz das troikas garantidamente


Agosto 31 2011

prestes a sair-me da boca as palavras prestes a transformarem-se em beijos vontades a que não assistes é assim o meu dia-a-dia em desejos contidos à espera que um dia olhes nesta direcção sorrias soltes palavras que se espalhem por mim como uma torrente fresca a que eu possa ceder

publicado por manchinha às 16:36

Fevereiro 01 2011

especialmente afortunado seria um dia sem grandes sinais a decorrer como se nada de maior se passasse mas em que estivesse presente uma qualquer sensação mágica dessas que nos arrebatam embora então já não fosse como se nada de maior se passasse pelo contrário mas essa é uma das qualidades da magia e do que é maior em que tudo bate tão certo que passado um instante é como se já não fosse e nos esquecemos temos de voltar a encontrar-nos com um momento desses para o reconhecer de novo sentir tudo outra vez ter essa sensação de felicidade que de tão adequada tão depressa se esquece

publicado por manchinha às 12:04

Dezembro 22 2010

estava a precisar de riscar no papel com força por causa do redemoinho que é esta época a engolir-nos quer queiramos ou não porque tudo à nossa volta está de pernas para o ar o Natal é como um maremoto não nos safamos não temos força somos sugados para dentro de todas as chatices por uma força colectiva muito maior do que a nossa nos passeios no trânsito nas mensagens nos telefonemas na pressão familiar para isto e para aquilo devíamos ser capazes de congelar esta época durante uns sete anos seguidos assim à laia de encantamento deitado sobre gente que não aprende de outra maneira sair dele depois do ano novo e pronto já estava no fim já toda a gente se tinha esquecido do desvario em que se anda e recomeçava tudo com calma e muito mais cuidado enquanto se lembrassem talvez não repetissem os erros passados que direito temos nós de nos atormentar desta forma se existe um deus num céu qualquer há-de querer saber por que raio nos punimos desta forma desprovida de qualquer utilidade ou sentido e aí sim havia de existir a ameaça de um castigo apocalíptico para quem voltasse a pecar caramba

publicado por manchinha às 11:14

Agosto 16 2010

de vez em quando lá escorrego para uma praia no índico e deixo-me embalar pelas ondas pelo calor pela vontade que dão as coisas que se encaixam e nos encantam com esse sabor de praia e de vento na cara e música de águas que se estatelam em tapetes de areia de vez em quando deixo partir a minha vontade para outras paragens sonhos a esbater-se como as mãos cheias de espuma nessas alturas não me é difícil reconhecer-me nem complicado sentir a felicidade

publicado por manchinha às 16:40

Agosto 15 2010

nem é tanto o que nos agrada na cara do outro mas o que de facto nos agrada o que nos remete para uma familiaridade que é nova mas ao mesmo tempo tão conhecida que nos espanta o que me agradou já compõe uma lista com muitos itens outra surpresa nem sequer é que não haja também coisas de que sabemos que não vamos gostar um pacote só vem inteiro quendo se nos apresenta assim com os dois pratos e a perfeição é isso mesmo o equilíbrio que se consegue entre o bom e o mau esse meio termo que de repente nos inunda como se lá estivesse estado sempre e no entanto nos surpreende foi isso que me agradou

publicado por manchinha às 23:56

Setembro 01 2009

 nem tudo o que luz é ouro mas estamos aqui a falar de luz ou de ouro sou pouco amiga de confusões hoje estou especialmente inimiga nem sei bem de quê acho que é a acupuntura a fazer vir ao de cima o piorzinho que há em mim não porque as agulhinhas me desatinem e me tornem má nada disso mas porque me reavivam a energia logo apetece-me usá-la logo desatino tudo à minha volta vou para ali atirar tinta prá tela a ver se assim acalmo hoje não me calo já cantei várias vezes as mesmas letras que sei poucas e só em partes assim vai um medley de partes de letras a fazer de conta que faz sentido hoje acordei com os pés de fora está visto não fui à janela ver as gaivotas que aqui andam loucas deve ser a poluição a dar-lhes moca 

publicado por manchinha às 11:50

manchas negras, cinzentas e brancas em todos os cantos da nossa vida. que fazer senão chocar de frente com elas e esperar que o acidente tenha consequências notáveis?
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