manchinha

Março 01 2005
hoje não me apetece dizer nada sobretudo nada de especial sobretudo

nada sério que esta vida já é só de tristezas e essas não pagam dívidas

afinal as caloteiras vejam só o que quem se entristece tem de aguentar

por isso afifem o sorrisito que aqui agora é só smiles e nem mais um

bocadinho seja do que for olha que quem está com sorte é o pikeno bush

a modos que nesta altura de crise e recessão para todo o planeta ele é o

boss do país mais nonchalant do planeta se fosse eu punha-me a comer

donuts quadrados e recheados com chocolate e ia à rua buscar pretzels

e bebia root beer com montes de gelo e encomendava pizas e gelados

pelo telefone e mandava passear os cães que era para fazerem exercício

que isto de ser cão de rico também traz doenças civilizacionais ó agora

lembrei-me daquilo que tinha para vos contar era um segredo mas vou

fazer como toda a gente agora faz conta-se à melhor amiga que por sua

vez conta à melhor amiga e por aí fora e não tarda todo mundo sabe mas

não foi ninguém porque toda a gente é de extrema confiança já vêem que

a confiança também trai e esta então se isto é assim com os amigos que

fará com os inimigos ó raça hiperbólica de confiantes confidentes pra

que raio vos quero se até hoje ainda não vi nada que preste a propósito

dessa da confiança e um dia lá ia eu pela marginal fora a pé que eu gosto

de pôr as pernitas a trabalhar e sempre é preferível a ter ataques de

diabetes por assentar o dito cujo o dia todo no escritório e no carro hoje

em dia já ninguém está para pensar nestas coisas e eu até compreendo

só não compreendo como é que o pedrito de portugal agora anda a

melgar-se à presidência isto é que é preciso não ter vergonha mas já vou

por aqui fora e o que eu queria mesmo dizer é como é que me surgiu uma

ideia fenomenal quando há tempos ia por aí fora pela marginal justamente

a pensar nessa coisa da confiança que só desanda em desconfiança e

assim como assim de facto é preciso ser mesmo tolo para se confiar hoje

em dia que agora nada é sagrado nem um pedido de sigilo caramba acho

que isto é um sinal de decadência da língua portuguesa se insistissem

mais na escola para ligarmos as palavras ao seu respectivo significado

se calhar ficava-nos alguma coisinha mais entendia-se um pouquinho

melhor essa coisa do respeito e da confiança e se calhar até se podia

confiar mais mas no presente estado das coisas não não me parece que

seja uma boa ideia confiar é melhor atirarmo-nos de cabeça para um canil

de dobermans esfomeados aí ao menos temos a certeza do que nos vai

acontecer assim parece que nos vendamos e andamos às apalpadelas só

à espera do mal que nos está para acontecer imaginem a quantidade de

angústia que um pensamento destes nos traz a nós que nascemos muito

felizes e a confiar nos outros para a nossa sobrevivência ó raios já

nascemos enganados só pode ser com tendência para acreditar

estupidamente em tudo o que nos impingem um destes dias talvez

alguém invente a vacina da desconfiança para dar às criancinhas com a

da varíola ou isso ó raios e eu que até tinha começado esta prosa com

uma notita de leveza de não querer pensar em nada de peso que mania

esta que a gente tem de se enrolar nos pesadelos e insistir em repetir a

dose até à loucura sim porque por este andar sou uma louca encartada

mas também não faz diferença mais dia menos dias isso é objecto de

outro estudo e ficamos imortalizados prontos.
publicado por manchinha às 20:17

isto é um blogue muito afectivo...Manchinha
(http://manchinha.blogs.sapo.pt)
(mailto:e_manchinha@sapo.pt)
Anónimo a 11 de Março de 2005 às 10:55

manchas negras, cinzentas e brancas em todos os cantos da nossa vida. que fazer senão chocar de frente com elas e esperar que o acidente tenha consequências notáveis?
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