manchinha

Janeiro 07 2005

Nelson Mandela perde filho mais velho vitimado pelo vírus da sida


O ex-presidente sul-africano e um dos mais emblemáticos presos políticos da história mundial, Nelson Mandela, anunciou, ontem, a morte do seu filho mais velho, Makgatho Mandela, infectado com o vírus da sida. Mandela, de 86 anos, lançou um apelo para que se renovem os esforços no combate contra a doença, numa conferência de imprensa que organizou na sua casa de Johanesburgo.


Esta foi a primeira vez que o activista político anti-apar-theid admitiu que o filho estava infectado com o vírus HIV. Makgatho Mandela tinha 54 anos e era filho da primeira mulher de Nelson Mandela, Evelyn. Formado em advocacia, casou duas vezes e tinha três filhos. A sua esposa faleceu em 2003, vítima de pneumonia, segundo o que se noticiou na altura.


O advogado era o único filho varão vivo de Mandela. O filho mais novo morreu num acidente de automóvel quando o activista político ainda estava detido.


são estas e outras como estas que me fazem pensar na emergência de uma nova ordem, não tarda nada. quarenta milhões de infectados no mundo, à razão do cuidados não prestados e do flagrante falhanço das campanhas de esclarecimento e educação, mesmo acreditando que é possível travar uma progressão geométrica da epidemia, isto quer dizer que daqui a dez anos temos menos umas centenas de milhões de habitantes no planeta. e isso quer dizer que eu, então avançada na casa dos cinquenta, terei mais perspectivas profissionais e económicas do que actualmente. porque 400 ou 900 milhões menos vão fazer uma diferença do caraças, eu cá acho... sempre gostava de ver as multinacionais a apresentar relatórios de contas nessa altura e as adidas e reboks e hitachis e fornecedores de componentes electrónicos e linhos fabricados no taiwan e na índia e essas coisas sem o seu habitual fluxo de mercadorias - sim, que quem vai morrer com mais certeza e mais depressa é justamente quem se senta hoje no chão de terra batida de um pátio no extremo oriente ou em áfrica e passa o dia a produzir o que agente compra aqui na loja dos trezentos e nos balcões do continente e das casas de marca e a ganhar 18 dólares por ano - ah... não sabias, pois não? que um operário médio nessas coisas dos versace e das grandes marcas de produtos electrónicos custa exactamente 18 dólares por ano... nem nós, luso-heróis, com os nossos cento e picos euros por mês em muitos e anónimos casos conseguimos bater tão espantosa eficiência e capacidade para comer pouco mais do que uma colher de arroz por dia e água, não muita, dessa que nunca teve o mínimo pingo de sabor a cloro ou lixívia ou outro desinfectante qualquer. o que a gente tem é mais ou menos o que o senhor mandela teve, assim gente respeitável ou não, muito acima dos cinquentas e sessentas, a apanhar sida com prostitutas e a transmitir à família e a morrer aos poucos em casa e nos hospitais. o que a gente tem é demasiada gente respeitável a acreditar que se não abrir a boca não se passa nada. bem, não faz mal, pois não? daqui a dez anos não há muita gente a trabalhar para nos pagar as reformas, mas há-de haver trabalho, claro, e a gente a entrar na terceira idade em pleno uso das nossas capacidades físicas e mentais, numa altura em que se vai descobrir que ser velho não é sinónimo de incapacidade e antigamente é que era assim, mas não mais, cada cidadão tem a possibilidade e o dever de ser útil e produtivo até cair para o lado, pronto, assim é que é!

publicado por manchinha às 10:08

manchas negras, cinzentas e brancas em todos os cantos da nossa vida. que fazer senão chocar de frente com elas e esperar que o acidente tenha consequências notáveis?
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