manchinha

Agosto 15 2006

parece-me bem como diz a minha amiga N parece-me mesmo muito bem é o que ela diz e revira o olho para mostrara ainda melhor que lhe parece mesmo bem mas parece-te o quê não te importas de explicar embora a explicação ali esteja dada conformada desenhada e constatada porque há gente como a N a quem basta afirmar assim e pronto já está e parece mesmo óbvio que é entendido e subentendido por toda a gente eu é que tardo na explicação que enquanto não enrolo o conceito cá dentro enquanto não o respiro transpiro e vivo não me parece bem tem de haver mais tem de haver mais repito para mim mesma até à exaustão tem de haver mais e de repente entendo sim senhora é isso mesmo entre o conceito e a minha alma estabelece-se uma inesperada paz e aí sim aí é que eu compreendo finalmente o que a N diz quando diz o que diz

publicado por manchinha às 10:05

Agosto 14 2006

isso de pontuar ou despontuar são outros cem porque eu cá escrevo com o coração e claro com o meu coração não sente toda a gente só um ou outro lê mas eu discordo que seja precisa a pontuação porque às tantas é como ler a poesia que não tem lá quase marca nenhuma e no entanto entende-se sente-se e lê-se às vezes com mais sentido de tudo que a prosa e não é que eu desdenhe a pontuação isso não mas às vezes dispenso-a e assim a escrever aqui sem pontos vírgulas reticências ou exclamações faço-o a correr de dentro para fora como me sinto e não é nada mau sai tudo de rompante como quando rebenta uma fonte e a água descobre o caminho para fora com as palavras também é assim um correr danado atrás dos conceitos já pensados que é preciso pôr em palavras depressa antes que passem ou pelo menos passem aqueles segundos em que nos lembramos de neles pensar e é por isso que larguei aqui a pontuação claro está que não me serve de nada nestes termos mas há pontuação que chegue por todo o lado há muito por onde escolher por isso se calhar passarem por aqui e lerem estas linhas fechem um momento os olhos e deixem-se levar pelo coração nesses espaços em que as palavras sabiamente nos guiam e nos colocam no contexto certo

publicado por manchinha às 00:41

Agosto 10 2006

e pela calada da noite é que se via o que de facto acontecia e aquelas palavras prenderam-me caramba estava eu na esplanada com a minha imperial e aminha sandes e não conseguia largar o livro caramba parecia que já não lia há uma vida mas era só como quando lia ao pequeno-almoço antes de se levantarem os de casa e assim passava uma ou duas horas a debicar o café e as batatas fritas e os ovos mexidos e as torradas e o bacon e dali a pouco marchava para os treinos mas o livro não o largava agora olho à volta e n-ao me entra caramba onde é que estão os livros e os alucinados da leitura dos que se põem na praia a ler outra coisa que não a rita ferro ou a margarida rebelo pinto ou o expresso ou a sábado caramba já ninguém se lembra da loucura que era pegar num livro do john dos passos grosso como uma bíblia e devorar aquelas histórias todas encadeadas e a fazer-nos sonhar e que é feito do tempo para ler e que é feito dos livros trocados depois de lidos e do brilho dos olhos de quem passeia pelas prateleiras das livrarias agora não há mais olhares vazios expressões cerradas de quem gostaria mas nem se atreve a pegar em oito nove volumes e levá-los até à caixa hoje não hoje vence a timidez das carteiras sobre o fascínio das letras alinhadas em páginas a fazer-nos sonhar a acordar-nos com a lembrança de que ainda faltam uns capítulos e ainda se pode gozar o prazer de seguir uma boa história uma narração que parece um malabarismo desenhado no ar para nos atingir em plena testa e em pleno coração

publicado por manchinha às 23:41

manchas negras, cinzentas e brancas em todos os cantos da nossa vida. que fazer senão chocar de frente com elas e esperar que o acidente tenha consequências notáveis?
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