sou dada a perder-me e não apenas em palavras mas em ruas em pensamentos em imagens em gestos e sons tudo o que me atraia a atenção e perco-me também na alma em tantos caminhos desvios pormenores razões questões afinal que seria do meu mundo sem uns quantos deslumbramentos momentos desperdiçados sem norte mas também sem desnorte vive-se tão intensamente tudo que não é possível nem necessário fazer escolhas quando o usufruto está em qualquer lado detalhe pormenor há uma termenda paz nesta capacidade de me deixar ir com a corrente não resistir existindo apenas para ouvir ver escrever virar a cabeça a um gesto ao mínimo som que beleza há neste fluir seguir perseguir de alma solta ao ritmo da vida