ainda hoje sigo aqui e ali linhas filas frases aos bocados sabe-me a muito ou a pouco sinto-me incapaz de memorizar tudo por isso releio revisito volto a procurar e a encontrar não há prazer maior que o de ler e escutar num fechamos os olhos ao que se passa à volta para olhar para outras paragen noutro fechamos os olhos para ouvir as impressões de outros olhos de qualquer forma perco-me nos sons das palavras escritas ou sugeridas ditas ou nem por isso pergunto-me sempre que relação têm todas elas com o resto do mundo as limitações que afinal sentimos quando abrimos os olhos e deparamos com o que nos rodeia e nem por isso sabemos bem o que fazer perdida no meio de tudo faz-me falta um fio a que me agarrar e que me conduza assim como se não tivesse olhos só a sentir o toque de um cordel a passar-me pela mão enquanto avanço pés nus a pisar às cegas chão desconhecido poeiras pedras caminhos lisos erva húmida areia quente falhas vertigens incertezas aventuras que sei eu senão que avanço às cegas mesmo de olhos abertos