manchinha

Janeiro 26 2012

Truth or Consequences Town, US (photo legendsofamerica.com)

a verdade é uma coisa complexa com essa estranhíssima característica de assumir para cada um uma cara diferente ao mesmo tempo que continuamos todos a insistir numa verdade universal e poucas vezes atingível graças à mais que bem-vinda diversidade de tudo e mais alguma coisa mesmo assim há quem preze muito a sua verdade em detrimento da dos outros o que não deixa de ser revelador e curioso quanto à verdade posta nesses termos mas convenhamos que há também termos para todos os gostos ou seja quem criou este mundo deixou tantas mais opções em aberto quantas mais cabeças pensantes ou nem por isso existam por aí numa estratégia deliberada de baralhar e voltar a dar e não sei se este tipo de raciocínio agradaria a criacionistas ou a evolucionistas de qualquer sector na medida em que há insatisfeitos para tudo mas eu cá sou pela liberdade de escolha e desde que a coisa não me contrarie a mim pode florescer da forma que melhor lhe apetecer que eu cá não meto prego nessa estopa


Janeiro 25 2012

nem me passaria pela cabeça diria eu mesmo após já ter pensado no assunto e assim incorrer na maior das mentiras com a maior falta de juízo possível a verdade é que já me passou imensa coisa pela cabeça de que poderia dizer que não me passaria pela dita e tenho pena destes lapsos que ocorrem insistentemente no nosso discurso e na nossa vida em momentos em que ainda não racionalizámos o óbvio será que óbvio agora se escreve óvio nunca se sabe com o novo acordo ortográfico e coisas como o egito e os egicios e outras que tais de que ninguém com certeza se lembrou quando se sentaram todos à mesa para dividir a gramática em porções emendáveis para agrado de toda a gente que afinal desagrada também a imensa gente não há mal que sempre dure um dia habituamo-nos e até eu que gosto de tomar o pequeno-almoço e passar um bom fim-de-semana terei de me contentar com o tal almoço de menores dimensões agora que o dividiram em pequeno e em almoço assim como farei um fim de semana algures por qualquer sítio sem reflectir ou refletir no termo menorizado pela falta de hífens e transformado assim numa espécie de república de leste desmantelada em várias nações sempre à beira de um qualquer colapso mas de facto não sei que mal farão so hífens nas palavras a não ser o aborrecimento de quem não sabe escrever ter de aprender a faze-lo a determinada altura do campeonato com estas coisas nunca se sabe que trabalho ou dores de cabeça vamos dar aos outros ocupados como estamos a tratar tudo dentro do nosso restrito universo até à próxima confrontação com o alheio uma coisa já decidi entretanto se tenho de partir o meu fim-de-semana em três palavrinhas vou tentar atribuir a cada uma delas a parte temporal que por direito lhe caberia assim como começar pelo fim com breve paragem para um frugal almoço correspondente ao breve artigo e passando então uma semana em beleza era coisa de encantar até a mais feroz das troikas garantidamente


Junho 16 2009

ainda hoje sigo aqui e ali linhas filas frases aos bocados sabe-me a muito ou a pouco sinto-me incapaz de memorizar tudo por isso releio revisito volto a procurar e a encontrar não há prazer maior que o de ler e escutar num fechamos os olhos ao que se passa à volta para olhar para outras paragen noutro fechamos os olhos para ouvir as impressões de outros olhos de qualquer forma perco-me nos sons das palavras escritas ou sugeridas ditas ou nem por isso pergunto-me sempre que relação têm todas elas com o resto do mundo as limitações que afinal sentimos quando abrimos os olhos e deparamos com o que nos rodeia e nem por isso sabemos bem o que fazer perdida no meio de tudo faz-me falta um fio a que me agarrar e que me conduza assim como se não tivesse olhos só a sentir o toque de um cordel a passar-me pela mão enquanto avanço pés nus a pisar às cegas chão desconhecido poeiras pedras caminhos lisos erva húmida areia quente falhas vertigens incertezas aventuras que sei eu senão que avanço às cegas mesmo de olhos abertos

publicado por manchinha às 14:43

manchas negras, cinzentas e brancas em todos os cantos da nossa vida. que fazer senão chocar de frente com elas e esperar que o acidente tenha consequências notáveis?
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